27 de dezembro de 2016

Balanço de 2016

Vou interromper a história para um breve balanço de 2016.

Foi um ano bem difícil, as receitas minguaram (não tive aumento no trabalho e minha esposa, autônoma, perdeu muitos clientes). Isso teve um impacto muito grande nos meus aportes e no nosso estilo de vida.

Já no fim de 2015, comecei a utilizar o GuiaBolso para controlar minhas despesas e isso ajudou muito a manter meu orçamento sob um mínimo controle. Mesmo assim foi necessário reduzir bastante meu padrão de consumo para não comprometer o planejamento: saídas à noite foram drasticamente reduzidas, restaurantes passaram a ser raridade, compras no mercado baixaram de padrão, as viagens que eram muito frequentes viraram exceção... Senti um impacto muito grande nos custos em 2016 que ainda não havia percebido no ano anterior.

Não tenho patrimônio anotado na ponta do lápis para comparação, mas imagino que tenha crescido entre 17,5 a 18% em 2016. Considerando os aportes escassos, achei o resultado bem razoável.

Tinha duas metas principais esse ano que não foram atingidas: chegar a 1 milhão de reais e ter pelo menos 10% do meu patrimônio no exterior. Se repetir o resultado de 2016, devo chegar ao milhão no fim de 2017 ou início de 2018. Já o patrimônio no exterior saiu de menos de 1% para cerca de 5%. Ainda não me dá tranquilidade, mas acho satisfatório.

Caso complete a execução do Plano B no primeiro trimestre como planejado, terei um impacto gigantesco nos aportes, pois minha expectativa de renda inicial na Europa é receber 35 a 40% do que ganho atualmente no Brasil. Talvez o milhão fique um pouco mais distante, mas tranquilidade não tem preço e minha independência financeira parcial está aí pra isso mesmo.

Feliz ano novo a todos.

Abraços,

IOTR

23 de dezembro de 2016

Dupla cidadania e hedge em moeda forte

Já em Novembro de 2014 iniciei o processo de cidadania europeia da minha família. Tinha direito por bisavô materno, mas a documentação tinha algumas inconsistências que deixavam minha família preocupada. Entrei em contato com um advogado especializado e dei início ao processo de cidadania da minha avó.

No início de 2015 comecei a procurar um banco ou corretora no exterior, preferencialmente Europa, onde pudesse fazer hedge contra uma (maxi)desvalorização do Real. Só consegui algo mais palpável no início de Junho, quando entrei em contato com o Banco de Investimentos Global (BiG) de Portugal. O processo de abertura de conta para não-residente europeu é iniciado pela internet, bastando encaminhar alguns documentos pelo correio. Na época o Brasil ainda não havia implementado o processo de apostilamento internacional e precisei legalizar a documentação no consulado português. Devo ter gasto uns 300 reais emitindo documentos em cartório, legalizando e enviando ao exterior, mas a meu ver valeu muito à pena.

Toda a burocracia foi resolvida em pouco menos de dois meses e no dia 23 de Julho de 2015 eu já possuía uma conta em euro, bastava realizar a primeira transferência. Nesse dia o euro subiu quase 3% frente ao real, passando os 3,50, e como meu timing é sempre perfeito preferi aguardar um pouco mais para transferir, além disso achei o spread e cobranças do meu banco bem proibitivas. Dois meses depois um euro custava 4,67 reais. :/ Aguardei a tempestade passar e fiz minha primeira transferência apenas no fim de Outubro com euro por volta de 4,30.

De forma similar ao que o Frugal fez recentemente, me atraiu demais um ETF da Comstage que segue o índice MSCI World com domicílio em Luxemburgo e 0,2% ao ano de taxa de administração. O MSCI World Index é composto de mais de 1600 empresas em mercados desenvolvidos e sua alocação de recursos é aproximadamente 60% de ações americanas, 15% europeias, 9% japonesas, 6,5% britânicas, sendo os 10% restantes de mercados da Ásia e Oceania.

O plano B estava em curso, bastava seguir aportando na conta regularmente e aguardar que a cidadania chegasse até minha geração. Em breve continuo essa história.

Abraços e boas festas,

IOTR


18 de dezembro de 2016

Iniciando o plano B

O post anterior terminou com a deflagração do Plano B após a reeleição da presidenta. A essência do Plano B, como já deve estar clara neste momento, é desistir do Brasil e começar vida nova em outro lugar. Os grandes pilares do Plano B são:
  1. Morar em outro país (a princípio Canadá ou algum país europeu menos afetado pela islamização);
  2. Iniciar acúmulo de patrimônio em moeda estrangeira e me proteger de uma eventual maxidesvalorização do real;
  3. Reduzir ainda mais os gastos de forma a aumentar os aportes.
E assim começamos o projeto. No início de Novembro de 2014 voltei a buscar cidadania europeia e comecei a pesquisar bancos ou corretoras de lá que permitissem abertura de conta pela internet. Meu padrão de vida em 2014 ainda era muito bom, a eleição não afetou imediatamente o meu poder de compra, mas eu já vislumbrava, ainda que tardiamente, que tempos bem difíceis estavam por vir.

Aí começava minha (lenta, assumo) corrida contra o tempo. Os desdobramentos dos últimos dois anos serão assunto dos próximos posts.

9 de dezembro de 2016

Como tudo começou

26 de Outubro de 2014. Nessa data fatídica, o Brasil reelegia aquela que não podemos chamar pelo nome e eu, ainda que tardiamente, cheguei à conclusão de que esse país não só não tinha a menor condição de dar certo, como também estava fadado a uma severa depressão. Afinal, o que esperar de um país que apesar de tudo o que passamos em 2014 reelege a presidente mais inepta de todos os tempos?

Felizmente já tinha acumulado uma reserva bastante razoável. Apesar de investir regularmente desde 2000 e viver um dia a dia razoavelmente frugal, meu orçamento sempre foi bastante impactado por viagens nacionais ou internacionais. Viajo sempre que possível e não me arrependo, sou fissurado em conhecer novas cidades, países, culturas...  Mesmo fazendo viagens bem simples pro padrão bananeiro, nada de estourar o cartão em compras, hotéis luxuosos ou coisas do tipo, a frequência acaba reduzindo o volume e quantidade dos meus aportes.

Enfim, estava fumando um bom charuto para relaxar e colocar a cabeça no lugar enquanto via meus vizinhos comemorando ou lamentando.  Falei com minha esposa: "bom, deu merda de vez, hora de ativar o Plano B".

A história do plano B, desses últimos dois anos e do caminho daqui para frente será o objetivo deste blog. Convido vocês a participarem dessa narrativa.

Abraços,

IOTR